quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Meia Idade! Portal Ciência e Vida.

Conhecida pejorativamente como "idade do lobo", a crise seria mais uma peça no processo descrito pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung como metanoia (palavra grega que significa "mudança") o que se dá a partir da confrontação do indivíduo com o "envelhecer" e, por conseguinte, com a ideia de ser finito.

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Como uma maneira de auto afirmação, os homens na chamada "idade do lobo" procuram se relacionar com mulheres mais jovens, ou procurar por ex-namoradas

Na ânsia de conter a angústia dessa fase, alguns homens passam a tomar atitudes que podem causar estranheza para a família como, por exemplo, mudar abruptamente de emprego, despender tempo exageravidado cuidando da aparência ou mesmo realizar algum sonho de consumo de quando tinha 20 anos de idade. Dependendo do olhar que damos ao processo, todas estas buscas podem ter um lado positivo, como explica o analista junguiano José Marcio Luvizotto. "Estas são idealizações motivadas por resquícios de juventude que clamam por atenção. Se pensarmos na ideia de Jung que nosso destino é a completude e se sentimos que algo ficou faltando lá atrás, essa busca pode ser até interessante. O problema é quando você fica fixado e aí reside o grande impasse do desenvolvimento psicológico, a fixação". Outro sintoma claro da crise de meia-idade, brilhantemente explorado no romance Alta fidelidade, do escritor inglês Nicky Hornby, é a insegurança causada pelo processo e que faz o personagem principal procurar antigas namoradas tentando entender o que deu errado com os antigos relacionamentos e, principalmente, o que há de errado com ele mesmo.

A INTUIÇÃO

Enquanto muitos homens atravessam o período se enquadrando em padrões estereotipados de comportamento, as mulheres, ainda que apresentem inúmeras crises existenciais durante a vida, aparentemente, de maneira geral, não se desestruturam tanto quanto eles ao enfrentar a meia-idade. Para terapeutas, médicos e pesquisadores, a diferença do trato com a situação poderia ser explicada a partir da diversidade do funcionamento cerebral dos dois sexos. A neurocientista Anne Moir, da Universidade de Oxford, no seu livro Brian Sex, concluiu que enquanto o homem busca respostas lógicas para suas questões existenciais, a mulher teria uma capacidade maior de sintetizar e se adaptar às situações, devido a um maior fluxo de comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, o esquerdo, mais ligado ao racional e o direito, responsável pelas sensações, pela linguagem não verbal e pela intuição. Recentemente a pesquisadora publicou, ainda, resultados de estudos em que busca comprovar que independentemente do sexo da pessoa, a quantidade de testosterona que vai entrar em contato com o cérebro do feto no útero pode variar, o que explicaria alguns homens desenvolverem uma sensibilidade mais comum ao comportamento feminino.

Pela Internet

Terapia on-line? Será que funciona? É ético? O site inglês Metanoia oferece um amplo serviço de profissionais terapêuticos para quem precisa de ajuda. E tudo por modo virtual. Contudo, o site também trás artigos que auxiliam na escolha de um bom profissional de Psi. Veja mais no http://www.metanoia.org/

" CONHECIDA COMO 'IDADE DO LOBO', A CRISE SERIA MAIS UMA PEÇA NO PROCESSO DESCRITO POR JUNG COMO METANOIA "

Este dado viria ao encontro de uma interessante pesquisa realizada na University of South Austrália em Adelaide. Os pesquisadores australianos identificaram e dividiram um determinado número de homens de meia-idade em dois grupos com padrões de comportamento distintos: os cartesianos e os mais intuitivos. Observados por um período pré-determinado, constataram que apesar do primeiro grupo se revelar mais apto a realizações no que se refere aos negócios, o impacto da crise de meia-idade foi muito mais contundente do que o observado no segundo grupo, composto por homens que davam especial atenção à intuição.

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O jogo de sedução na crise da meia-idade é muito comum. Para tanto, os homens se tornam mais vaidosos. Em alguns casos, a busca pela beleza se torna uma obsessão

Na opinião de Luvizotto, para ambos os sexos existe um sentimento equivalente, relacionado ao desejo da manutenção da eterna juventude. "Porém, o homem pauta sua vida no poder adquirido, o que pode acarretar numa crise mais profunda". A partir também de sua experiência clínica, a psicóloga Josefina Rovira Prunor concorda que existe uma diferença de como homens e mulheres encaram o processo e ressalta: "enquanto o homem tenta encarar sua crise de meia-idade de maneira mais individual, mesmo sofrendo, a mulher geralmente mantém sua intenção de preservar e cuidar da família."

Estaria, então, a crise masculina ligada a alguma disfunção hormonal, como a experimentada pelas mulheres na menopausa? É sabido que a partir de certa altura da vida, que pode variar dos 30 aos 40 anos, os homens experimentam uma gradual diminuição da produção de testosterona pelo organismo. Apesar dos inúmeros estudos feitos ao redor do mundo - entre eles alguns que apontam a baixa dosagem do hormônio como responsável por sintomas como depressão, nervosismo, disfunção erétil e perda de memória - não há nenhuma comprovação científica conclusiva que ligue a diminuição - desde que seja progressiva - da taxa hormonal diretamente ao doloroso processo experimentado por diversos homens na crise de meia-idade. Para muitos cientistas, ao que parece, o conflito é muito mais de origem filosófica e psíquica.

O psicanalista Eduardo Albano Moreira compara a crise de meia-idade masculina como um segundo sair de casa, considerando a expressão "sair de casa" como uma metáfora para a ação do homem no mundo. "A primeira saída de casa se dá muito influenciada pelo desejo ou oposição aos pais por volta dos 20 anos, e é uma separação apenas parcial", opina.

Para o terapeuta, a crise se inicia quando o indivíduo busca um caminho em direção à posição de sujeito, isto é, passando a atuar no universal, deixando o particular da família. "Este processo nada mais é do que a inevitabilidade de se desligar do que é particular e confortável. É a aceitação da falta, entendendo que nenhum objeto passível de investimento vai estar sujeito a um investimento total como você foi pelo seu pai e pela sua mãe. Isto é a castração".

Para Moreira, o que torna o processo mais doloroso é que o confronto com a crise se dá sem o homem poder utilizar suas ferramentas de ação no mundo, conquistadas até então. "A sensação é a de que quando se descobre as respostas, a vida mudou as perguntas", sintetiza.

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Conceito em Jung

Jung, psicólogo e psiquiatra suíço, é um dos maiores nomes da Psicologia analítica. Em seus estudos, ele entendia que nas primeiras fases da vida (infância e adolescência), o homem se adapta à realidade por meio do desenvolvimento da consciência. E, por volta dos 40 anos, pode ocorrer a metanoia, um período de questionamentos, mudanças. Mudanças em que questionamos o sentido da vida para que, segundo Jung, o homem possa, na segunda metade da vida, ter consciência de que a realização pessoal (self) se dará por meio do desenvolvimento interior e não mais do corpo.

O analista ressalta ainda outro aspecto sofrido que muitos homens experimentam durante o processo: a paixão quase sempre obsessiva por uma mulher mais nova. "Esse encantamento, que às vezes desencadeia a crise, é antes de tudo um investimento na não aceitação da falta. Mais que uma paixão, o indivíduo vai buscar uma promessa de acolhimento similar à função materna. O problema é que naquele momento ele se sente desprovido de seu falo simbólico e, portanto, insuficiente e não merecedor daquele amor. A sensação é de total desamparo", explica.

" ESTRUTURA TRIANGULAR PRESENTE NO COMPLEXO DE ÉDIPO, DESCRITO POR FREUD, TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL DURANTE O PROCESSO DA METANOIA "

Para Jung, essa paixão avassaladora durante a metanoia é resultado da projeção de anima, o arquétipo que representa a feminilidade inconsciente presente em toda psique masculina. A percepção da anima tende a se intensificar justamente no período que marca a metade da vida do homem, possibilitando, desta forma, integrá-la, resultando na completude do ser, processo este denominado pelo psiquiatra suíço como individuação.

Existem indícios que o próprio Jung tenha experimentado durante sua metanoia uma ardente paixão por Sabina Spielrein, uma de suas pacientes, não por coincidência vários anos mais jovem do que ele.

PROJEÇÃO

Jung descrevia a projeção como um elemento presente ao desenvolvimento psíquico de todas as pessoas. A maneira como ela se dá na metanoia é explicada por Luvizotto: "ao projetar na mulher por quem está apaixonado, o homem busca, na verdade, um contato com seu mundo interior. Posteriormente ela passa a ser uma função de relação e aí não existe mais a necessidade da projeção. Ao reintrojetar, percebe que o que estava atribuindo a ela na verdade era seu". Para o analista, é só a partir daí que o sujeito vai ter condição de dimensionar o que realmente sente pela pessoa. Luvizotto cita a frase da canção Beijo partido, gravada por Milton Nascimento, para ilustrar o processo: "onde estará a rainha que a lucidez escondeu?"

A opinião é corroborada pelo médico e psicoterapeuta Eduardo Peixoto. "Essa paixão nada mais é do que estender para o outro o feminino que floresce dentro de si. Existe uma ilusão de que é possível lidar com esta porção feminina externamente."

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Segundo cientistas, as mulheres enfrentam com mais facilidade suas crises, como a menopausa. Seria por um maior fluxo de comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, enaltecendo a intuição na mulher

A já falecida psiquiatra Nise da Silveira, aluna de Jung e um dos nomes mais importantes da Psicologia analítica no Brasil, ao escrever sobre o tema no livro Jung - vida e obra ressaltou o desamparo sofrido pelo indivíduo ao confrontar sua anima, "o homem esperará que a mulher amada assuma o papel de mãe, o que leva a modos de comportamento e a exigências pueris gravemente perturbadoras das relações entre os dois". Não é raro a situação tomar contornos mais dramáticos e confusos, como opina Peixoto, "principalmente se a mulher em questão está buscando no homem mais velho a figura de um pai".

É comum constatar que durante a metanoia muitos homens que se acreditavam donos de grande autoconfiança em relação aos jogos de sedução se desestruturam a ponto de terem avassaladoras crises de ciúmes motivadas pela ansiedade instaurada. O psicanalista argentino J. D. Nazio, em uma de suas mais interessantes obras, O livro da dor e do amor, descreve assim o que seria o momento mais agudo da dor da paixão: "veremos a dor aparecer como um afeto não tanto provocado pela perda do ser amado, mas, sim, pela autopercepção que o eu tem do tumulto interno desencadeado por essa perda."

Mas todos os homens estariam fadados a enfrentar a crise de maneira turbulenta? "Acredito que alguns não apresentam os sintomas, mas internamente este rearranjo é inevitável", opina Peixoto.

Já Luvizotto acredita que os grandes conflitos que acometem muitos homens no período são causados pela falta de preparo ao longo da existência para o encontro consigo mesmo na segunda metade da vida, ressaltando que cada caso deve ser analisado de maneira particular. O analista junguiano faz uso de uma analogia para explicar seu ponto de vista; "podemos imaginar a primeira etapa como se estivéssemos subindo uma montanha e, a segunda, como se a estivéssemos descendo. Alguns subiram de costas, fixados em algo, e com a tendência de descer se agarrando e resistindo ao processo. Há alguns, porém, que vão se agarrar de tal maneira que nunca descerão. Estes são os indivíduos que têm o desejo de nunca se tornar adultos". (veja boxe Recusando responsabilidades)

" JUNG USAVA O TERMO 'SACRIFÍCIO' PARA DESIGNAR A RENÚNCIA DE UMA ATITUDE PSICOLÓGICA EM PROL DE OUTRA "

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A autoconfiança dos homens que passam por essas crises é muito frágil. Por isso, ansiedade, angústia e insegurança, inerentes a essa fase de metanoia, desencadeiam sérias crises de ciúme

Já na visão do psicanalista Eduardo Moreira, alguns homens não passam pelo processo, da mesma forma que existem muitas crianças que não vão para a função de sujeito. "O sujeito é aquele que não precisa mais ser interpretado. Ele interpreta. Conheço homens com 60 anos que continuam no ideal do pai ou da mãe". Para o terapeuta, o desenvolvimento do homem se dá no plano simbólico e, como tal, não há garantia do que vai acontecer. "A metanoia ativa a pulsão de morte e você inicia o processo tentando não vivê-lo. Essa paixão que descrevemos como a que geralmente desencadeia a crise é, antes de tudo, um investimento na não aceitação da falta".

Todos os entrevistados para esta matéria foram unânimes em afirmar que a crise, seja ela aguda ou não, requer uma mudança estrutural e de significados na própria vida, o que pode levar o indivíduo a lidar com seus processos psíquicos de uma maneira muito mais sábia.

"Não podemos tratar o processo como neurose, mas como uma voz da essência. É preciso alinhar o sujeito com ele mesmo para que consiga ir à direção que necessita na vida, trabalhando a perda, o desligamento do imaginário familiar do qual ele está se divorciando", opina Moreira. O psicanalista aponta ainda um ponto crucial na terapia dos indivíduos que enfrentam a crise: "eu diria que a 'metástase' da metanoia é a volta ao passado. É fundamental se trabalhar a libertação da pessoa em relação ao passado. Podemos comparar essa crise como uma febre que não se deve diminuir. É óbvio que não podemos deixar a febre matar o paciente, porém, é ela que vai tornar o ambiente inóspito ao vírus, que, no caso, é justamente o passado."

Carl Gustav Jung usava o termo "sacrifício" para designar a renúncia de uma atitude psicológica em prol de outra com um significado mais profundo e abrangente. O processo, por vezes muito sofrido, imposto pela metanoia daria, segundo a visão do médico suíço, frutos que levariam o homem rumo à sua completude. "A metanoia pode desencadear uma crise muito benéfica. É possível se passar pelo processo de uma maneira mais criativa, possibilitando, assim, a passagem para a segunda metade da vida com uma bagagem muito positiva", ressalta Luvizotto.

Também na visão de Moreira, a superação da crise reserva ao indivíduo uma sensação de conquista. "É comum, após a crise passar, sentir-se muito mais alinhado com você mesmo. Por mais sofrida que seja, essa crise pode levá-lo ao lugar em que você deveria estar. É um processo necessário e eu diria que passar por ele é um privilégio."



Corrupção, segundo consta no dicionário on-line Michaelis (acesso em 28/7/09), vem do latim corruptione e tem por significados "ação ou efeito de corromper", "decomposição", "putrefação", "depravação", "desmoralização", "devassidão", "sedução" e "suborno". A palavra se tornou comum e mesmo vulgar no vocabulário dos brasileiros após os inúmeros escândalos, envolvendo personalidades e políticos, divulgados pelos meios midiáticos nos últimos tempos.

Porém, a discussão sobre suas causas e origens diverge entre diversos fatores apontados por especialistas. A psiquiatra forense Hilda Morana, coordenadora do departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria, define o termo no seu sentido social. Para ela, corrupção é "ato de cometer atitudes ilícitas com o intuito de conseguir vantagem financeira ou mais poder". Segundo Hilda, o típico corrupto é "o indivíduo que busca driblar regras em benefício próprio, sem levar em consideração outras coisas que não o próprio benefício".

Ela afirma que esse tipo de comportamento é causado por um transtorno de personalidade, que, especificamente, pode ser definido de forma mais clara como um defeito do caráter. "É o chamado transtorno de personalidade antissocial. O indivíduo que possui o transtorno de personalidade antissocial não foi capaz, ao longo do tempo em que ocorreu o desenvolvimento de seu cérebro, de desenvolver adequadamente o 'senso ético'.

Ele não é capaz de respeitar o outro em sua plenitude, espontaneamente", afirma. Hilda diz que esse distúrbio é causado por falhas cerebrais, mais especificamente, "por falhas do desenvolvimento cerebral em áreas frontais, chamadas suborbitárias, que muitas pesquisas apontam como sendo as regiões do cérebro responsáveis pela formação do 'senso ético', e também da assimilação da moral estabelecida.

Ou seja, é 'um defeito de fabricação'". Se o indivíduo apresenta esse problema em algum momento da vida, muito provavelmente vai morrer com ele, e até mesmo tratamentos modernos contra o transtorno de personalidade não apresentam resultados 100% garantidos na recuperação".

Parentes envolvidos

A especialista acredita que o quadro é parte de um conjunto de outros distúrbios, denominados transtornos de desenvolvimento. Entre eles, Hilda cita o retardo mental, que é um distúrbio que afeta de forma mais ou menos séria as áreas responsáveis pelo desenvolvimento intelectual do indivíduo, e o autismo, que afeta as áreas do cérebro responsáveis pela fala, pela sociabilidade e também pode afetar as áreas responsáveis pelo desenvolvimento intelectual.

"Por sua vez, o transtorno de personalidade provoca uma deficiência no caráter, em decorrência de má-formação das áreas do cérebro responsáveis pela sensibilidade moral", declara. A psiquiatra forense argumenta que, para ela, há poucas dúvidas sobre o caráter herdado do distúrbio. Ela diz que sempre há pelo menos um parente que também está envolvido em alguma operação ilícita ou em alguma trapaça, embuste ou situação similar.

"O caráter herdado da doença é inquestionável. Nem sempre o outro indivíduo afetado é um parente direto, como um pai ou uma mãe. Às vezes um tio, ou primo. Mas é certo que, se o indivíduo apresentou em algum momento esses sintomas, é possível encontrar outros afligidos pelo quadro na família". Para Hilda, a corrupção pode ser diagnosticada a partir do consultório.

Ela explica que é possível determinar a presença do distúrbio por meio do exame Pet Scan, ou tomografia por emissão de pósitrons, e que "o método revela com clareza a área suborbitária afetada pelo distúrbio do desenvolvimento. A gravidade do quadro pode variar muito. A gradação do distúrbio altera entre 'leve' até 'muito grave', e permite enquadrar a maioria dos criminosos e transgressores. Por exemplo, um quadro 'leve' pode se adequar a um oportunista que realiza pequenos delitos. Já um caso muito grave pode representar um político que realize grandes perseguições ou até mesmo um genocídio, como um ditador".

fonte- Ciência e Vida - Psique

domingo, 20 de setembro de 2009


A ansiedade é um estado caracterizado por medo, apreensão, mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de si mesmo e, muito freqüentemente, pela sensação de que algo desagradável está para acontecer. Além dos medicamentos convencionais, existem algumas alternativas naturais que podem nos ajudar a controlar a ansiedade. É sobre elas que vamos falar.

1) A forma mais comum de tratar a ansiedade é a prática de exercícios físicos. Praticar exercícios físicos ajuda a lidar com estados de ansiedade porque eleva a produção de serotonina, substância que aumenta a sensação de prazer. Essa alternativa costuma funcionar dependendo da disposição da pessoa, uma vez que nem todo mundo gosta de praticar exercícios.
Caminhar três vezes por semana, por pelo menos meia hora, já pode ajudar a lidar com a ansiedade. O momento da caminhada, além de ser um exercício para o corpo, também pode ser aproveitado para trabalhar a mente, sob a forma da meditação ativa. Quando você anda, pensa. A caminhada de meia hora é um movimento repetitivo e você acaba pensando nos pontos geradores de ansiedade que precisa trabalhar;

2) Pessoas com tendência a ansiedade precisam reduzir o seu estresse diário. Para as que ficam estressadas com mais facilidade recomendo sessões de massagem e acupuntura regulares, além de ioga e meditação. Muitos pacientes com ansiedade se beneficiam também de tratamentos alternativos como a homeopatia e o uso de florais de Bach. A ioga oferece ao praticante a possibilidade de aprender a controlar sua mente e seu corpo. Este controle, que é obtido através de uma combinação de técnicas respiratórias, corporais e de meditação. Tem como resultados o aumento da flexibilidade, fortalecimento dos músculos, aumento de vitalidade e maior controle sobre o estresse. Além da ioga, outra alternativa de controle da ansiedade são as massagens. Se tiverem uma abordagem mais oriental, buscando o equilíbrio emocional, melhor;

3) Para reduzir as reações do sistema nervoso autônomo, devemos fazer o controle da respiração. Isto pode ser feito compassando a respiração e inspirando lentamente pelo nariz, com a boca fechada. Ao inspirar deixar o abdome expandir-se, ou seja, estufar a barriga e não o peito. Depois, expirar lentamente, expelindo o ar pela boca. Isto pode ser feito em qualquer lugar, a qualquer hora. Além disso, quando você estiver em um ambiente silencioso e com possibilidade de ficar deitado, use uma técnica de relaxamento. O relaxamento combinado com a respiração diafragmática, certamente, reduzirá a respiração ofegante, a taquicardia e o tremor;

4) Em situações de ansiedade que se estendem por longos períodos, recomenda-se que a pessoa evite os pensamentos negativos ou catastróficos. Deve-se tentar dimensionar a gravidade da situação, questionando a si mesmo se existe uma forma alternativa de análise, se estamos superestimando o grau de responsabilidade que temos nos fatos ou se estamos subestimando o grau de controle que podemos ter. Uma vez avaliada a situação, devemos substituir os pensamentos sobre o evento temido, principalmente, os negativos por outros pensamentos. Sempre que um pensamento negativo se iniciar, devesse substituí-lo por outro pensamento qualquer, preferencialmente, agradável. Isto certamente não é fácil de ser feito, mas é possível e trata-se de um aspecto importante, pois os pensamentos e as falas negativas agravam a situação, intensificando as respostas autonômicas, como o mal-estar e o descontrole respiratório;

5) Para controlar a ansiedade, podemos ingerir alimentos que sejam fonte de triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, como a banana e o chocolate, de forma moderada, para não ganhar peso. Outra possibilidade é ingerir o triptofano em cápsulas, junto com vitamina B6 e magnésio. Outros aminoácidos que podem ajudar são a taurina e a glutamina. Eles aumentam a disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade. Eles também podem ser ingeridos em cápsulas, mas apenas com a orientação de um médico especialista. Existem ainda os chás. A maioria possui substâncias que funcionam como sedativos suaves e podem ajudar no controle da ansiedade diária. As plantas mais conhecidas e estudadas com essa ação são a passiflora, a melissa a camomila e a valeriana.