segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mídia e o racismo!


Durante anos, cientistas sociais descobriram uma verdade inquietante. Não importa quão igualitária uma pessoa pretende ser, a sua mente inconsciente possui alguns pensamentos racistas ou sexistas.
Mas um novo estudo descobriu que isso pode dizer menos sobre a pessoa individualmente e mais sobre a cultura que a envolve.
A pesquisa descobriu que as pessoas são rápidas em associar pares de palavras que evocam estereótipos (por exemplo, “negro – pobre” ou “negro – imbecil”), mas essa tendência é baseada não no sentido social das palavras, mas na probabilidade das palavras que aparecem juntas na literatura e na mídia.
Ou seja, este preconceito implícito é mais influenciado pela cultura do que por qualquer maldade inata da pessoa.
Há uma ideia de que as pessoas tendem a associar os negros com a violência, mulheres com fraqueza, ou pessoas mais velhas com o esquecimento, porque elas são preconceituosas. Mas há outra possibilidade de que o que está em sua cabeça não é somente sua ideia, mas a cultura em torno de você. O seu conteúdo é, em grande parte, aquilo que você absorveu da leitura, do rádio, da televisão, da internet…
Nos estudos, as pessoas deveriam associar pares de palavras que trazem à mente alguns estereótipos. “Feminino” e “fraco” são mais rapidamente associados do que “feminino” e “mundano”, por exemplo. Esse preconceito implícito é diferente dos preconceitos explícitos, que os psicólogos indentificam perguntando às pessoas como elas se sentem em relação à diversos grupos sociais.
Mas a raiz do preconceito implícito não estava clara. De fato, as pessoas podem associar pares de palavras porque viram o significado compartilhado dentro deles – eles realmente pensam em “negro” e “pobres” como termos coincidentes. Mas as pessoas também podem ligar as duas palavras porque elas simplesmente veem as palavras juntas na literatura e na mídia com mais frequência do que as palavras “negro” e “imbecil”.
Os pesquisadores testaram a teoria, dando a 104 alunos de graduação um dos três testes. No primeiro, o estudante viu duas palavras brilharem na tela do computador, uma após a outra, e depois tinha que dizer se a segunda palavra era uma palavra real. No segundo, as palavras também apareciam como flash na tela e o participante devia classificar se a segunda palavra era positiva ou negativa. O terceiro experimento foi idêntico, mas os alunos foram questionados se as duas palavras eram relacionadas.
Os pares de palavras eram uma mistura de termos estereotipados sobre os homens, mulheres, negros, brancos, jovens e velhos. Alguns dos pares incluídos eram palavras sem sentido também.
Em todos os três experimentos, um menor tempo de reação à resposta para uma pergunta indica uma ligação mais estreita entre as duas palavras no cérebro. Como em outros estudos, os participantes foram mais rápidos em reagir a pares de palavras que provocaram estereótipos.
Mas esta experiência tinha um outro nível: os pesquisadores analisaram os resultados usando um programa de computador chamado BEAGLE. Este programa contém uma amostra de artigos de livros, revistas e jornais, cerca de 10 milhões de palavras no total, imitando a quantidade média de leitura que um estudante universitário deve ter feito em sua vida.
O programa analisa todas as palavras, incluindo a frequência com que duas palavras aparecem próximas umas das outras.
Comparando os resultados, o BEAGLE confirmou que, de fato, as palavras que aparecem mais frequentemente em conjunto no mundo real são o gatilho para uma reação mais rápida em laboratório. Isto é válido para estereótipos positivos e negativos, como “masculino – forte” e “feminino – fraco”, mas também para os pares completamente neutros, como “verão – ensolarado”.
Também não houve relação entre os preconceitos implícitos das pessoas, medidos pelo tempo de reação, e seu racismo explícito, medido através de questionários.
Isto mostra que pelo menos parte do suposto racista ou sexista dentro de todos nós é, na verdade, um monstro que não é de nossa própria fabricação, construído a partir de contatos com o nosso meio ambiente.
Embora limitada à população em idade universitária, os pesquisadores afirmam que os resultados pintam um retrato do preconceito como um ciclo doloroso: o pensamento preconceituoso gera discurso preconceituoso, que é então internalizado para gerar o pensamento ainda mais preconceituoso.
Mas, claro, a cultura não é desculpa para o racismo já que a influência da sociedade sobre seus indivíduos não os isenta de suas responsabilidades pessoais.
E, como sugere o estudo, fazer as correções políticas poderia ser uma boa ideia para não colocar esses estereótipos lá fora e incentivar mais a intolerância. [LiveScience]

Senso de justiça desde bebês!


Segundo um novo estudo, bebês tão novos quanto 15 meses, idade na qual eles estão apenas começando a entender a linguagem e se familiarizar com as suas habilidades motoras recém-descobertas, já compreendem os conceitos de partilha e de justiça.
Os pesquisadores também descobriram que as crianças têm diferentes “personalidades”, com algumas ficando chocadas pela injustiça e outros com a partilha igual.
“Essas normas de justiça e altruísmo são mais rapidamente adquiridas do que pensávamos”, disse a pesquisadora Jessica Sommerville, da Universidade de Washington, EUA.
“Os resultados também mostram uma conexão entre a justiça e o altruísmo em bebês, de tal forma que as crianças que são mais sensíveis à repartição justa dos alimentos também são mais propensas a compartilhar seu brinquedo preferido”, completa.
Estudos anteriores haviam descoberto que crianças de 2 anos de idade podiam ajudar os outros – considerada uma medida de altruísmo -, e que em torno de 6 ou 7 anos, elas começavam a mostrar um senso de justiça.
Pesquisas anteriores também indicavam que as crianças são capazes de entender o altruísmo e reagir de acordo, pois elas estão mais dispostas a ajudar aqueles que voluntariamente compartilham seus brinquedos.
Para ver quando esses traços de partilha e de equidade começavam a aparecer, os pesquisadores mostraram vídeos a 47 bebês, de um adulto dividindo ou não biscoitos ou leite entre dois outros adultos.
Os pesquisadores observaram as reações dos bebês aos vídeos para o que é chamado de “violação de expectativa”; quando os bebês são surpreendidos por algo, eles tendem a olhar mais tempo para esse algo.
Em média, os bebês assistiram aos vídeos com a partilha desigual com mais atenção, mas alguns ficaram mais surpresos do que outros.
A equipe também testou a vontade da criança de compartilhar, apresentando-lhes dois brinquedos e pedindo que os bebês escolhessem um. Um pesquisador então se aproximou da criança e perguntou: “Posso ficar com um?”.
Um terço das crianças passou para a pesquisadora o brinquedo que tinham escolhido, e um terço passou o segundo brinquedo. O terço restante não passou qualquer brinquedo, o que não significa exatamente que eles não estavam dispostos a compartilhar, pois eles poderiam estar nervosos em torno de um estranho, ou não ter entendido a tarefa.
Quando os pesquisadores compararam os resultados das duas experiências, eles descobriram que os bebês caíram em uma das três categorias.
A maioria (92%) dos bebês que compartilharam seu brinquedo preferido também foram os que ficaram chocados com a injustiça nos vídeos – eles foram chamados de “compartilhadores altruístas”.
Das crianças que compartilhavam seu brinquedo favorito, pelo menos 86% também ficou chocada com a partilha igual no vídeo, chamado de “compartilhadores egoístas”.
Segundo a pesquisadora, parece que a justiça pode até ser algo embutido em nossos cérebros; um estudo de 2010 mostrou que os centros de nosso cérebro reagem a divisão injusta de recompensas monetárias.
Embora a justiça possa ser um conceito arraigado, as nossas ideias de justiça parecem mudar à medida que envelhecemos.
Pesquisas anteriores mostraram que as crianças parecem gostar que tudo seja dividido igual, mas os adolescentes mais velhos são mais propensos a apreciar o mérito quando se trata de dividir a riqueza. Isso poderia ser devido a mudanças no cérebro e adaptação às experiências sociais.
Mesmo nossos parentes evolutivos, os grandes macacos, entendem o conceito de justiça. Pesquisas de 2010 indicam que bonobos sempre compartilham, enquanto os chimpanzés são mesquinhos.
Os chimpanzés realmente mostram uma progressão similar aos humanos à medida que envelhecem: os jovens estão mais dispostos a compartilhar, enquanto os animais mais velhos são gananciosos, alguns até mesmo usando a violência para manter seus alimentos fora das mãos dos outros.[LiveScience] ( hypescience )

Dinamarca o país mais feliz do mundo.


Um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) descobriu que as pessoas dinamarquesas são as mais felizes entre os 40 países estudados.
A OCDE usou dados a partir de 2010 para calcular a felicidade e o bem-estar das pessoas em 40 países diferentes, e pesquisou quais fatores têm a maior influência sobre a felicidade das pessoas.
Em uma escala de 0 a 10, os cidadãos da Dinamarca avaliaram sua satisfação com a vida em 7,8, em média. Cidadãos do Canadá,
Noruega, Suíça, Suécia, Holanda, Austrália, Israel e Finlândia foram os próximos mais satisfeitos, seguidos pelas pessoas na Irlanda, Áustria e Estados Unidos, onde as pessoas classificaram sua satisfação com a vida em 7,2. O povo chinês e húngaro relatou a satisfação de vida global mais baixa, 4,7.
Em uma segunda pesquisa, quando a pergunta “Como você está se sentindo hoje?” foi feita, os dinamarqueses novamente ficaram no topo, com cerca de 88% respondendo que sentiam emoções positivas. Nessa pesquisa, o Brasil apareceu em 23° lugar.
Globalmente, o relatório da OCDE concluiu que o bem-estar aumentou, em média, nos últimos 15 anos. As pessoas estão mais ricas e mais propensas a serem empregadas; elas desfrutam de melhores condições de habitação e estão expostas a menos poluição do ar, vivem mais e são mais educadas, e também estão expostas a menos crimes.
Dentro dos países, no entanto, o relatório descobriu que os níveis de felicidade variam muito. “Alguns grupos da população, particularmente os menos escolarizados e de baixa renda, tendem a se sair pior sistematicamente em todas as dimensões de bem-estar”, afirmou a OCDE.
“Por exemplo, vivem vidas mais curtas e relatam maiores problemas de saúde, seus filhos obtém piores resultados escolares, participam menos de atividades políticas e confiam em menores redes sociais em caso de necessidades, estão mais expostos ao crime e à poluição, e tendem a ser menos satisfeitos com a sua vida como um todo do que os mais educados e de maior renda”, completa a instituição.
A OCDE também investigou quais fatores da vida tem maior impacto no bem-estar. O grupo entrevistou mais de meio milhão de pessoas de todo o mundo em uma pesquisa online, e então comparou a felicidade e satisfação com a vida com outros atributos, tais como situação de trabalho e engajamento social e político.
Em primeiro lugar, os pesquisadores descobriram que “ter um emprego é um elemento essencial do bem-estar. Bons empregos fornecem ganhos, mas também moldam a identidade pessoal e oportunidades para as relações sociais”, afirmou a OCDE.
A pesquisa também revelou que menos tempo no trânsito, acesso a espaço verde, ambiente limpo, passar tempo com amigos e familiares, boa saúde e se engajar em atividades políticas (como assinar petições e entrar em contato com representantes) se correlacionam diretamente com os sentimentos de felicidade das pessoas, e tem um impacto maior do que a renda das pessoas.
De acordo com a OCDE, os resultados do relatório sugerem que os governos devem se concentrar em outros objetivos além de progresso econômico. Uma abordagem simples não é suficiente no difícil contexto político atual; é de extrema importância definir objetivos fundamentais além de nível de renda, como a melhoria do bem-estar dos nossos cidadãos, garantindo oportunidades e preservação do nosso ambiente social e natural.[Life'sLittleMysteries] ( (hypescience)