segunda-feira, 6 de julho de 2009

Técnica da “Voz Cadenciada”

Técnica da “Voz Cadenciada”
A “Voz Cadenciada” é um padrão, um estilo de fala ritmada usada por hipnotizadores para induzir
transe. Ela é freqüentemente utilizada por advogados, muitos dos quais são hipnotizadores altamente
qualificados, e precisam dessa técnica para fortalecer a aparência de seus argumentos nas mentes dos
jurados. Na prática, um orador falando em “Voz Cadenciada” parece estar seguindo o ritmo de um
metrônomo, como se enfatizasse cada palavra num estilo monótono e padronizado. Idealmente são ditas
cerca de 45 a 60 palavras por minuto, maximizando, desse modo, o efeito hipnótico.
Agora – na igreja – começa o processo principal. Após induzir um estado alterado de consciência,
passam a ter como objetivo gerar excitação e expectativa na audiência. Comumente virá um grupo de
jovens mulheres em vestidos “angelicais e puros” para cantar. Músicas Gospel são ótimas para gerar
excitação e envolvimento. No meio da canção alguma delas pode ser “acometida por um espírito” e cair
no chão, ou reagir como se estivesse sendo possuída pelo Espírito Santo. Isso aumenta muito
eficientemente a tensão no ambiente. Nessa situação, táticas de conversão e hipnose estão sendo
misturadas e, como resultado, a audiência está totalmente absorta. O ambiente vai tornando-se cada vez
mais e mais tenso.
Exatamente neste momento, quando o estado mental alfa foi atingido, passarão com a “cestinha
de coleta”. Ao fundo da igreja o pastor assistente com sua “Voz Cadenciada” provavelmente estará
incitando os presentes dizendo – sempre cerca de 45 vezes por minuto – algo do tipo: “Dê a Deus... Dê a
Deus... Dê a Deus... Dê a Deus...”, e a audiência obedece. Pode ser que Deus não receba o dinheiro, mas
seus ricos representantes vão.
A seguir aparece o pregador “fogo e enxofre” induzindo medo e tensão, falando sobre o
“demônio”, “ir ao inferno” ou a “proximidade do fim do mundo”. No último encontro desse tipo em que fui,
o pregador falava que em breve haveria apenas sangue saindo de todas as torneiras da Terra. Ele
também era obcecado com o “machado sangrento do divino”, que todos haviam “visto” na semana
passada pendurado acima do púlpito. Não tenho dúvida de que todos o viram, o poder da sugestão
aplicado a centenas de pessoas em hipnose assegura que ao menos 10 a 25 por cento delas veria
qualquer coisa que ele dissesse estar lá.
Na maioria desses encontros, após o “testemunho ocular”, segue-se um sermão
predominantemente baseado no medo. As pessoas da audiência virão ao palco para contar suas histórias.
“Eu era aleijado e agora posso andar!”, “Eu tinha artrite e agora ela se foi!”. É um tipo de manipulação
psicológica que realmente funciona. Depois de ouvir numerosos casos de curas milagrosas, as pessoas
normais na platéia com problemas simples estarão convictas de que podem se curar.
O lugar está carregado de medo, culpa, excitação e expectativas. Os que pretendem se curar
freqüentemente se enfileiram e são guiados até a frente. Pode ser que o pregador toque suas cabeças e
grite “cure-se!”. Isso descarrega a energia psíquica e, em muitos, causa catarse, que é a liberação de
emoções reprimidas. Os indivíduos podem chorar, cair no chão ou até ter convulsões. E se a catarse
realmente for atingida, há uma boa chance de se curarem. Nesse estado – que é uma das três fases
cerebrais mencionados anteriormente – as programações cerebrais são “desativadas” temporariamente, e
assim surge o ensejo para que novas sugestões sejam incutidas.
Para alguns a cura é permanente, para a maioria vai durar de 4 a 7 dias. Essa duração
“coincidentemente” é quase a mesma de uma sugestão hipnótica dada a um sonâmbulo. E mesmo que a
cura não seja permanente, se voltarem toda semana, o poder da sugestão pode vir a solucionar o
problema, mas tristemente também pode acabar mascarando algo sério que em longo prazo pode ser
extremamente prejudicial.
Para evitar confusões gostaria de deixar claro que não classifiquei todas as curas como fraudes.
Algumas não são. Talvez o indivíduo estivesse pronto para livrar-se da negatividade que causara o
problema, talvez tenha sido Deus. Entretanto, todas essas curas podem ser plenamente explicadas com o
conhecimento atual sobre o funcionamento da mente humana.
As técnicas e a organização das cerimônias vão variar de igreja para igreja. Muitos falam em
outras línguas para induzir a catarse em alguns indivíduos, enquanto o espetáculo cria imensa tensão no
resto de seus observadores. As técnicas hipnóticas usadas pelas religiões são muito sofisticadas e
profissionais do ramo estão se certificando de que eles se tornem cada vez mais eficientes.
Um homem em Los Angeles está projetando, construindo e reformando muitas igrejas pelo país.
Ele também instrui os ministros sobre essas técnicas e ensina-os a utiliza-las. Segundo suas estatísticas,
o número de congregações e o fluxo monetário dobrarão se suas instruções forem seguidas. Entretanto,
ele admite: 80% de seus esforços incidem sobre iluminação e acústica.
Acústica e iluminação apropriadas são de importância vital na indução de estados alterados de
consciência. Eu tenho as usado por anos em meus seminários, mas, entretanto, todos os participantes
estão cientes disso.
Seis Técnicas de Conversão
Organizadores de cultos e treinamentos de potencial humano estão sempre procurando por novos
adeptos, e para que tenham sucesso na conversão, é preciso induzir uma fase cerebral. Freqüentemente
isso tem de ser feito em um curto período de tempo, um fim de semana, ou mesmo um dia.
O encontro geralmente acontece em um local onde os participantes ficam isolados do mundo
exterior. Uma casa, um estabelecimento na zona rural ou mesmo um hotel. Nesses cursos, será feito um
longo discurso sobre a importância de “honrar os contratos e promessas” na vida. Alegam que se não
cumprirem o que dizem, suas vidas nunca darão certo. A responsabilidade, a princípio, é uma qualidade,
mas os manipuladores estão subvertendo algo com valor positivo para seus próprios fins egoístas.
Os participantes, então, juram a si mesmos e aos seus “instrutores” manter seus acordos. Quem
não quiser aceitar o acordo será coagido a fazê-lo ou então terá de deixar o grupo. A próxima etapa é
concordar em fazer o curso na sua totalidade; isso assegura uma alta porcentagem de conversões.
Também terão de concordar sobre a abstenção do uso de drogas, tabaco e por vezes até de comer, ou
então os intervalos dados para alimentação serão tão curtos que na verdade acabam por aumentar ainda
mais a tensão. O verdadeiro motivo de toda essa insistência em “manter os acordos” é alterar a fisiologia
normal do corpo, gerando ansiedade e, com alguma “sorte”, uma disfunção nervosa que, por sua vez,
aumenta o potencial de conversão.
Antes que o encontro se encerre, serão relembrados seus “acordos”, e assim irão ter de procurar
por novos adeptos como prometido. Por ter sido tão enfatizada a importância de se “manter a palavra”, os
recém-convertidos tentarão forçar todos os seus conhecidos a fazer o curso. Dizem para apenas
assistirem uma sessão introdutória grátis. Claramente podemos perceber que se tornaram fanáticos. De
fato, no âmbito dos treinamentos e cursos de desenvolvimento de potencial humano, o maior e mais
bem-sucedido ramo é “venda através do fanatismo”.
Há pelo menos um milhão de pessoas graduadas nesse tipo de treinamento. Dessas, uma boa
porcentagem foi deixada com um “botão de ativação” para assegurar lealdade ao seu “guru” se ele vier a
precisar. Pense nas implicações políticas potenciais contidas em centenas de milhares de fanáticos
programados para defender seus “mestres”.
As seis técnicas seguintes são mais usadas nessas conversões.
Primeira Técnica. Esteja alerta caso uma dessas organizações ofereça sessões de “manutenção”
após o curso principal. Podem ser encontros semanais ou novos cursos lecionados periodicamente.
Tentarão convencê-lo a participar dessa “manutenção” para manter controle sobre seus “aprendizes”.
Assim como souberam os Renovadores Cristãos, eles também sabem que para haver sucesso em
manipulações de longo prazo é imprescindível que existam sessões de “manutenção” posteriores à
conversão.

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